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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Respirar: um ato a ser conscientizado para uma vida saudável _ o "Efeito Pranayama" _ Nanditha Prasad Ram

Ao ler o artigo abaixo, parei por alguns minutos para refletir.
Me lembrei quando fiz Yoga, lá pelos idos de 1975.
E como gostava das aulas, das posturas e dos exercícios de meditação e respiração.
Não perdia por nada desse mundo. 

Hoje, passados mais de 38 anos, confesso que surge uma mistura entre o foi bom parar e o deveria ter feito mais.
Explico: 
Naquele momento de minha vida, em fase adolescente, com todos os hormônios explodindo e muito afins de fazer tudo e não me mexer pra nada (conflitos naturais da idade) a Yoga trouxe vários e saudáveis benefícios, que carrego até hoje, mas também um malefício (bem particular) que foi me tornar alienado ou imune ao meio ambiente que vivia, à dura e árdua realidade... e isso só compreendi totalmente faz alguns anos, ainda bem!

Atualmente, busco compensar essa particular e perigosa desconexão com a realidade, enfrentando-a com cara, coragem, determinação e principalmente, consciência positiva e alerta.
Vai daí, que entre os novos caminhos que estou a estudar e desenvolver, sempre com foco no Ser Humano e sua sinergética relação com o Ser Ambiente (pois aqui e agora estamos) o artigo que você vai ler abaixo mostra que a Sabedoria Milenar mais uma vez se faz mestre junto à Ciência, com foco em outro tema que me apaixona: a Neurociência.

O artigo foi traduzido e resumido, para indicar os pontos que entendo serem de poderoso benefício para nós, Seres Humanos e portanto compostos de Corpo_Mente_Alma.
Boa leitura e muita vibração SYN! para você, hoje e sempre, de coração.

"Nós respiramos sem buscar um segundo pensamento e tornar esta função corporal particular uma garantia de vida.
No entanto, os cientistas estão agora a dizer que dar a cada respiração um pensamento realmente pode levar-nos a um lugar de profunda e duradoura felicidade e saúde. 

De acordo com a neurociência, o ato de respirar conscientemente nos traz excelentes vibrações:
_ Abre o caminho para a melhora da imunidade
_ Inibe a resposta de luta ou fuga ao stress
_ Induz um estado de relaxamento
_ Cria estabilidade emocional
_ Produz uma melhora cardiovascular e respiratória
_ Antídoto perfeito para a depressão
_ Ajuda na gestão de medicamentos livrando-nos de dor. 
Esta lista de efeitos não é de forma abrangente, é apenas a ponta do iceberg.

Pranayama: o que é e como funciona?

Pranayama é uma técnica de Yoga que coloca os controles para respirar de volta em suas próprias mãos. 
Literalmente, a palavra significa "EXTENSÃO DA FORÇA DA VIDA", e na prática você se envolve com as nuances da respiração. 
Esta técnica de Yoga especial e antigo muda a luz em nossos espaços escuros - os lugares em seu corpo-mente que você não ousaria visitar. 
O Pranayama trabalha no campo do sistema nervoso para melhorar muito a mecânica do mesmo, pois ele influencia o que a gente sempre entendia que era além do domínio de influência.

Pranayama tonifica o nervo vago e gerencia a ansiedade.

A respiração consciente estimula o sistema nervoso parassimpático através do nervo vago, que vai da base do cérebro, por todo o caminho até o abdômen. 
Ele é responsável por gerenciar as respostas do sistema nervoso e reduz a frequência cardíaca, entre outras.
O neurotransmissor acetilcolina é liberada pelo nervo vago e desempenha um papel fundamental no aumento da calma e foco. 
Portanto, quanto mais você estimula o nervo vago, mais acetilcolina libera, reduzindo diretamente os níveis de ansiedade. 
Adultos que apresentam níveis mais elevados de tônus ​​vagal também experimentam sentimentos elevados de conexão e emoções positivas, e este aumento amplifica ainda mais o tônus ​​vagal.

Pranayama controla a hipertensão e reduz a frequência cardíaca.

A prática constante da respiração consciente pode reduzir a pressão sanguínea e acalmar o coração. 
Este, por sua vez, dizem os cientistas, aumenta a vida útil dos vasos sanguíneos. 
A prática regular e de longo prazo de Pranayama pode ajudar na prevenção de doenças do sistema nervoso:
_ AVC _ acidente vascular cerebral
_ Dor de cabeça
_ Enxaqueca
_ Mal de Parkinson

Outra vantagem notável de Pranayama é que breca as células cinzentas de diminuir com a idade.
Ou seja, a sua capacidade de executar no seu melhor permanece relativamente intacta à medida que envelhecem e sua memória e foco também não sejam prejudicados no processo.
Uma interessante constatação científica sobre os benefícios do Pranayama é que a expressão de genes envolvidos na resposta ao estresse pode ser alterada de uma forma que pode, potencialmente, diminuir a reatividade do corpo-mente ao estresse. 
Isto irá automaticamente melhorar a função imunológica, atividade metabólica e secreção de insulina. 

Pranayama é um grande exemplo de como a matéria pode ser influenciada através do ato sutil de percepção ou observação objetiva. 

Toda a sua biologia pode ser influenciada por simplesmente tornar-se consciente da sua respiração e, em seguida, manipulá-lo, a fim de mover os controles do cérebro primitivo para o córtex pré-frontal - um efeito direto de infundir o fôlego com sua atenção consciente.  
Por exemplo, as emoções estão sob a autoridade jurisdicional do córtex pré-frontal, como fazem muitos outros aspectos mentais e emocionais do ser. 
Portanto, quando você alterar a sua consciência em torno de sua respiração, sua consciência é provocada para alterar o seu corpo-mente para melhor.

Autor: Nanditha Prasad Ram é um consumidor e da saúde jornalista e terapeuta holístico praticando cuja missão é informar, educar, capacitar e transformar.

Seu blog está disponível em http://www.bindumandalayoga.blogspot.in

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Namaste, Axé, Amém, Syn!

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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Utopia ou Possibilidade Real: Acordemos Seres Humanos de Gaia!!! _ Jose Pepe Mujica na ONU

Quando a humildade e a grandeza passam a nos orientar de dentro para fora, o imponderável e o impensável passam a acontecer... 
E vai tomando forma, transmutando as fronteiras de nossos Corpos e irradia como um nascer de um novo dia, onde a escuridão e a luz disputam o espaço tempo e sabemos que a luz vencera, apesar da batalha que nesse momento acontece.
Isso esta abaixo representado na forma de uma mensagem, que precisamos ler, reler, parar... pensar.... reler e absorver, para que nossos próximos passos sejam orientados por essa reluzente e sincera solicitação:

ONU setembro de 2013 Pepe Mujica Presidente do Uruguai 

"Amigos, sou do sul, venho do sul. Esquina do Atlântico e do Prata, meu país é uma planície suave, temperada, uma história de portos, couros, charque, lãs e carne. Houve décadas púrpuras, de lanças e cavalos, até que, por fim, no arrancar do século 20, passou a ser vanguarda no social, no Estado, no Ensino. Diria que a social-democracia foi inventada no Uruguai.

Durante quase 50 anos, o mundo nos viu como uma espécie de Suíça. Na realidade, na economia, fomos bastardos do império britânico e, quando ele sucumbiu, vivemos o amargo mel do fim de intercâmbios funestos, e ficamos estancados, sentindo falta do passado. 
Quase 50 anos recordando o Maracanã, nossa façanha esportiva. Hoje, ressurgimos no mundo globalizado, talvez aprendendo de nossa dor. Minha história pessoal, a de um rapaz — por que, uma vez, fui um rapaz — que, como outros, quis mudar seu tempo, seu mundo, o sonho de uma sociedade libertária e sem classes. Meus erros são, em parte, filhos de meu tempo. Obviamente, os assumo, mas há vezes que medito com nostalgia. 
Quem tivera a força de quando éramos capazes de abrigar tanta utopia! No entanto, não olho para trás, porque o hoje real nasceu das cinzas férteis do ontem. Pelo contrário, não vivo para cobrar contas ou para reverberar memórias. 
Me angustia, e como, o amanhã que não verei, e pelo qual me comprometo. Sim, é possível um mundo com uma humanidade melhor, mas talvez, hoje, a primeira tarefa seja cuidar da vida. 
Mas sou do sul e venho do sul, a esta Assembleia, carrego inequivocamente os milhões de compatriotas pobres, nas cidades, nos desertos, nas selvas, nos pampas, nas depressões da América Latina pátria de todos que está se formando. 
Carrego as culturas originais esmagadas, com os restos de colonialismo nas Malvinas, com bloqueios inúteis a este jacaré sob o sol do Caribe que se chama Cuba. Carrego as consequências da vigilância eletrônica, que não faz outra coisa que não despertar desconfiança. Desconfiança que nos envenena inutilmente. Carrego uma gigantesca dívida social, com a necessidade de defender a Amazônia, os mares, nossos grandes rios na América. 
Carrego o dever de lutar por pátria para todos. 
Para que a Colômbia possa encontrar o caminho da paz, e carrego o dever de lutar por tolerância, a tolerância é necessária para com aqueles que são diferentes, e com os que temos diferenças e discrepâncias. Não se precisa de tolerância com aqueles com quem estamos de acordo. 
A tolerância é o fundamento de poder conviver em paz, e entendendo que, no mundo, somos diferentes. 
O combate à economia suja, ao narcotráfico, ao roubo, à fraude e à corrupção, pragas contemporâneas, procriadas por esse antivalor, esse que sustenta que somos felizes se enriquecemos, seja como seja. Sacrificamos os velhos deuses imateriais. Ocupamos o templo com o deus mercado, que nos organiza a economia, a política, os hábitos, a vida e até nos financia em parcelas e cartões a aparência de felicidade. 
Parece que nascemos apenas para consumir e consumir e, quando não podemos, nos enchemos de frustração, pobreza e até autoexclusão. 
O certo, hoje, é que, para gastar e enterrar os detritos nisso que se chama pela ciência de poeira de carbono, se aspirarmos nesta humanidade a consumir como um americano médio, seriam imprescindíveis três planetas para poder viver. 
Nossa civilização montou um desafio mentiroso e, assim como vamos, não é possível satisfazer esse sentido de esbanjamento que se deu à vida. Isso se massifica como uma cultura de nossa época, sempre dirigida pela acumulação e pelo mercado. 
Prometemos uma vida de esbanjamento, e, no fundo, constitui uma conta regressiva contra a natureza, contra a humanidade no futuro. Civilização contra a simplicidade, contra a sobriedade, contra todos os ciclos naturais. 
O pior: civilização contra a liberdade que supõe ter tempo para viver as relações humanas, as únicas que transcendem: o amor, a amizade, aventura, solidariedade, família. 
Civilização contra tempo livre que não é pago, que não se pode comprar, e que nos permite contemplar e esquadrinhar o cenário da natureza. 
Arrasamos a selva, as selvas verdadeiras, e implantamos selvas anônimas de cimento. Enfrentamos o sedentarismo com esteiras, a insônia com comprimidos, a solidão com eletrônicos, porque somos felizes longe da convivência humana. 
Cabe se fazer esta pergunta, ouvimos da biologia que defende a vida pela vida, como causa superior, e a suplantamos com o consumismo funcional à acumulação. 
A política, eterna mãe do acontecer humano, ficou limitada à economia e ao mercado. De salto em salto, a política não pode mais que se perpetuar, e, como tal, delegou o poder, e se entretém, aturdida, lutando pelo governo. Debochada marcha de historieta humana, comprando e vendendo tudo, e inovando para poder negociar de alguma forma o que é inegociável. Há marketing para tudo, para os cemitérios, os serviços fúnebres, as maternidades, para pais, para mães, passando pelas secretárias, pelos automóveis e pelas férias. Tudo, tudo é negócio. 
Todavia, as campanhas de marketing caem deliberadamente sobre as crianças, e sua psicologia para influir sobre os adultos e ter, assim, um território assegurado no futuro. Sobram provas de essas tecnologias bastante abomináveis que, por vezes, conduzem a frustrações e mais. 
O homenzinho médio de nossas grandes cidades perambula entre os bancos e o tédio rotineiro dos escritórios, às vezes temperados com ar condicionado. Sempre sonha com as férias e com a liberdade, sempre sonha com pagar as contas, até que, um dia, o coração para, e adeus. Haverá outro soldado abocanhado pelas presas do mercado, assegurando a acumulação. A crise é a impotência, a impotência da política, incapaz de entender que a humanidade não escapa nem escapará do sentimento de nação. Sentimento que está quase incrustado em nosso código genético. 
Hoje é tempo de começar a talhar para preparar um mundo sem fronteiras. A economia globalizada não tem mais condução que o interesse privado, de muitos poucos, e cada Estado Nacional mira sua estabilidade continuísta, e hoje a grande tarefa para nossos povos, em minha humilde visão, é o todo. 
Como se isto fosse pouco, o capitalismo produtivo, francamente produtivo, está meio prisioneiro na caixa dos grandes bancos. No fundo, são o vértice do poder mundial. Mais claro, cremos que o mundo requer a gritos regras globais que respeitem os avanços da ciência, que abunda. Mas não é a ciência que governa o mundo. Se precisa, por exemplo, uma larga agenda de definições, quantas horas de trabalho e toda a terra, como convergem as moedas, como se financia a luta global pela água e contra os desertos. 
Como se recicla e se pressiona contra o aquecimento global. Quais são os limites de cada grande questão humana. Seria imperioso conseguir consenso planetário para desatar a solidariedade com os mais oprimidos, castigar impositivamente o esbanjamento e a especulação. Mobilizar as grandes economias não para criar descartáveis com obsolescência calculada, mas bens úteis, sem fidelidade, para ajudar a levantar os pobres do mundo. Bens úteis contra a pobreza mundial. Mil vezes mais rentável que fazer guerras. Virar um neo-keynesianismo útil, de escala planetária, para abolir as vergonhas mais flagrantes deste mundo. 
Talvez nosso mundo necessite menos de organismos mundiais, desses que organizam fórums e conferências, que servem muito às cadeias hoteleiras e às companhias aéreas e, no melhor dos casos, não reúne ninguém e transforma em decisões… 
Precisamos sim mascar muito o velho e o eterno da vida humana junto da ciência, essa ciência que se empenha pela humanidade não para enriquecer; com eles, com os homens de ciência da mão, primeiros conselheiros da humanidade, estabelecer acordos para o mundo inteiro. Nem os Estados nacionais grandes, nem as transnacionais e muito menos o sistema financeiro deveriam governar o mundo humano. Sim, a alta política entrelaçada com a sabedoria científica, ali está a fonte. Essa ciência que não apetece o lucro, mas que mira o por vir e nos diz coisas que não escutamos. Quantos anos faz que nos disseram coisas que não entendemos? Creio que se deve convocar a inteligência ao comando da nave acima da terra, coisas assim e coisas que não posso desenvolver nos parecem impossíveis, mas requeririam que o determinante fosse a vida, não a acumulação. 
Obviamente, não somos tão iludidos, nada disso acontecerá, nem coisas parecidas. Nos restam muitos sacrifícios inúteis daqui para diante, muitos remendos de consciência sem enfrentar as causas. Hoje, o mundo é incapaz de criar regras planetárias para a globalização e isso é pela enfraquecimento da alta política, isso que se ocupa de todo. Por último, vamos assistir ao refúgio de acordos mais ou menos “reclamáveis”, que vão plantear um comércio interno livre, mas que, no fundo, terminarão construindo parapeitos protecionistas, supranacionais em algumas regiões do planeta. A sua vez, crescerão ramos industriais importantes e serviços, todos dedicados a salvar e a melhorar o meio ambiente. Assim vamos nos consolar por um tempo, estaremos entretidos e, naturalmente, continuará a parecer que a acumulação é boa, para a alegria do sistema financeiro.
Continuarão as guerras e, portanto, os fanatismos, até que, talvez, a mesma natureza faça um chamado à ordem e torne inviáveis nossas civilizações. Talvez nossa visão seja demasiado crua, sem piedade, e vemos ao homem como uma criatura única, a única que há acima da terra capaz de ir contra sua própria espécie. Volto a repetir, porque alguns chamam a crise ecológica do planeta de consequência do triunfo avassalador da ambição humana. Esse é nosso triunfo e também nossa derrota, porque temos impotência política de nos enquadrarmos em uma nova época. E temos contribuído para sua construção sem nos dar conta. 
Por que digo isto? São dados, nada mais. O certo é que a população quadruplicou e o PIB cresceu pelo menos vinte vezes no último século. Desde 1990, aproximadamente a cada seis anos o comércio mundial duplica. Poderíamos seguir anotando dados que estabelecem a marcha da globalização. O que está acontecendo conosco? Entramos em outra época aceleradamente, mas com políticos, enfeites culturais, partidos e jovens, todos velhos ante a pavorosa acumulação de mudanças que nem sequer podemos registrar. Não podemos manejar a globalização porque nosso pensamento não é global. Não sabemos se é uma limitação cultural ou se estamos chegando a nossos limites biológicos. 
Nossa época é portentosamente revolucionária como não conheceu a história da humanidade. Mas não tem condução consciente, ou ao menos condução simplesmente instintiva. Muito menos, todavia, condução política organizada, porque nem se quer tivemos filosofia precursora ante a velocidade das mudanças que se acumularam. 
A cobiça, tão negativa e tão motor da história, essa que impulsionou o progresso material técnico e científico, que fez o que é nossa época e nosso tempo e um fenomenal avanço em muitas frentes, paradoxalmente, essa mesma ferramenta, a cobiça que nos impulsionou a domesticar a ciência e transformá-la em tecnologia nos precipita a um abismo nebuloso. A uma história que não conhecemos, a uma época sem história, e estamos ficando sem olhos nem inteligência coletiva para seguir colonizando e para continuar nos transformando. 
Porque se há uma característica deste bichinho humano é a de que é um conquistador antropológico. 
Parece que as coisas tomam autonomia e essas coisas subjugam os homens. De um lado a outro, sobram ativos para vislumbrar tudo isso e para vislumbrar o rombo. Mas é impossível para nós coletivizar decisões globais por esse todo. A cobiça individual triunfou grandemente sobre a cobiça superior da espécie. Aclaremos: o que é “tudo”, essa palavra simples, menos opinável e mais evidente? Em nosso Ocidente, particularmente, porque daqui viemos, embora tenhamos vindo do sul, as repúblicas que nasceram para afirmas que os homens são iguais, que ninguém é mais que ninguém, que os governos deveriam representar o bem comum, a justiça e a igualdade. Muitas vezes, as repúblicas se deformam e caem no esquecimento da gente que anda pelas ruas, do povo comum. 
Não foram as repúblicas criadas para vegetar, mas ao contrário, para serem um grito na história, para fazer funcionais as vidas dos próprios povos e, por tanto, as repúblicas que devem às maiorias e devem lutar pela promoção das maiorias. 
Seja o que for, por reminiscências feudais que estão em nossa cultura, por classismo dominador, talvez pela cultura consumista que rodeia a todos, as repúblicas frequentemente em suas direções adotam um viver diário que exclui, que se distância do homem da rua. 
Esse homem da rua deveria ser a causa central da luta política na vida das repúblicas. Os governos republicanos deveriam se parecer cada vez mais com seus respectivos povos na forma de viver e na forma de se comprometer com a vida. 
A verdade é que cultivamos arcaísmos feudais, cortesias consentidas, fazemos diferenciações hierárquicas que, no fundo, amassam o que têm de melhor as repúblicas: que ninguém é mais que ninguém. O jogo desse e de outros fatores nos retém na pré-história. E, hoje, é impossível renunciar à guerra quando a política fracassa. Assim, se estrangula a economia, esbanjamos recursos. 
Ouçam bem, queridos amigos: em cada minuto no mundo se gastam US$ 2 milhões em ações militares nesta terra. Dois milhões de dólares por minuto em inteligência militar!! Em investigação médica, de todas as enfermidades que avançaram enormemente, cuja cura dá às pessoas uns anos a mais de vida, a investigação cobre apenas a quinta parte da investigação militar. 
Este processo, do qual não podemos sair, é cego. Assegura ódio e fanatismo, desconfiança, fonte de novas guerras e, isso também, esbanjamento de fortunas. Eu sei que é muito fácil, poeticamente, autocriticarmo-nos pessoalmente. E creio que seria uma inocência neste mundo plantear que há recursos para economizar e gastar em outras coisas úteis. Isso seria possível, novamente, se fôssemos capazes de exercitar acordos mundiais e prevenções mundiais de políticas planetárias que nos garantissem a paz e que a dessem para os mais fracos, garantia que não temos. Aí haveria enormes recursos para deslocar e solucionar as maiores vergonhas que pairam sobre a Terra. Mas basta uma pergunta: nesta humanidade, hoje, onde se iria sem a existência dessas garantias planetárias? Então cada qual esconde armas de acordo com sua magnitude, e aqui estamos, porque não podemos raciocinar como espécie, apenas como indivíduos. 
As instituições mundiais, particularmente hoje, vegetam à sombra consentida das dissidências das grandes nações que, obviamente, querem reter sua cota de poder. 
Bloqueiam esta ONU que foi criada com uma esperança e como um sonho de paz para a humanidade. Mas, pior ainda, desarraigam-na da democracia no sentido planetário porque não somos iguais. Não podemos ser iguais nesse mundo onde há mais fortes e mais fracos. Portanto, é uma democracia ferida e está cerceando a história de um possível acordo mundial de paz, militante, combativo e verdadeiramente existente. E, então, remendamos doenças ali onde há eclosão, tudo como agrada a algumas das grandes potências. Os demais olham de longe. Não existimos. 
Amigos, creio que é muito difícil inventar uma força pior que nacionalismo chovinista das grandes potências. A força é que liberta os fracos. O nacionalismo, tão pai dos processos de descolonização, formidável para os fracos, se transforma em uma ferramenta opressora nas mãos dos fortes e, nos últimos 200 anos, tivemos exemplos disso por toda a parte. 
A ONU, nossa ONU, enlanguece, se burocratiza por falta de poder e de autonomia, de reconhecimento e, sobretudo, de democracia para o mundo mais fraco que constitui a maioria esmagadora do planeta. Mostro um pequeno exemplo, pequenino. Nosso pequeno país tem, em termos absolutos, a maior quantidade de soldados em missões de paz em todos os países da América Latina. E ali estamos, onde nos pedem que estejamos. Mas somos pequenos, fracos. Onde se repartem os recursos e se tomam as decisões, não entramos nem para servir o café. No mais profundo de nosso coração, existe um enorme anseio de ajudar para que o homem saia da pré-história. Eu defino que o homem, enquanto viver em clima de guerra, está na pré-história, apesar dos muitos artefatos que possa construir. 
Até que o homem não saia dessa pré-história e arquive a guerra como recurso quando a política fracassa, essa é a larga marcha e o desafio que temos daqui adiante. E o dizemos com conhecimento de causa. Conhecemos a solidão da guerra. No entanto, esses sonhos, esses desafios que estão no horizonte implicam lutar por uma agenda de acordos mundiais que comecem a governar nossa história e superar, passo a passo, as ameaças à vida. A espécie como tal deveria ter um governo para a humanidade que superasse o individualismo e primasse por recriar cabeças políticas que acudam ao caminho da ciência, e não apenas aos interesses imediatos que nos governam e nos afogam. 
Paralelamente, devemos entender que os indigentes do mundo não são da África ou da América Latina, mas da humanidade toda, e esta deve, como tal, globalizada, empenhar-se em seu desenvolvimento, para que possam viver com decência de maneira autônoma. Os recursos necessários existem, estão neste depredador esbanjamento de nossa civilização. 
Há poucos dias, fizeram na Califórnia, em um corpo de bombeiros, uma homenagem a uma lâmpada elétrica que está acesa há cem anos. Cem anos que está acesa, amigo! Quantos milhões de dólares nos tiraram dos bolsos fazendo deliberadamente porcarias para que as pessoas comprem, comprem, comprem e comprem. 
Mas esta globalização de olhar para todo o planeta e para toda a vida significa uma mudança cultural brutal. É o que nos requer a história. Toda a base material mudou e cambaleou, e os homens, com nossa cultura, permanecem como se não houvesse acontecido nada e, em vez de governarem a civilização, deixam que ela nos governe. Há mais de 20 anos que discutimos a humilde taxa Tobin. Impossível aplicá-la no tocante ao planeta. Todos os bancos do poder financeiro se irrompem feridos em sua propriedade privada e sei lá quantas coisas mais. Mas isso é paradoxal. Mas, com talento, com trabalho coletivo, com ciência, o homem, passo a passo, é capaz de transformar o deserto em verde. 
O homem pode levar a agricultura ao mar. O homem pode criar vegetais que vivam na água salgada. A força da humanidade se concentra no essencial. É incomensurável. Ali estão as mais portentosas fontes de energia. O que sabemos da fotossíntese? Quase nada. A energia no mundo sobra, se trabalharmos para usá-la bem. É possível arrancar tranquilamente toda a indigência do planeta. É possível criar estabilidade e será possível para as gerações vindouras, se conseguirem raciocinar como espécie e não só como indivíduos, levar a vida à galáxia e seguir com esse sonho conquistador que carregamos em nossa genética.
Mas, para que todos esses sonhos sejam possíveis, precisamos governar a nos mesmos, ou sucumbiremos porque não somos capazes de estar à altura da civilização em que fomos desenvolvendo. 
Este é nosso dilema. Não nos entretenhamos apenas remendando consequências. Pensemos na causa profundas, na civilização do esbanjamento, na civilização do usa-tira que rouba tempo mal gasto de vida humana, esbanjando questões inúteis. Pensem que a vida humana é um milagre. Que estamos vivos por um milagre e nada vale mais que a vida. E que nosso dever biológico, acima de todas as coisas, é respeitar a vida e impulsioná-la, cuidá-la, procriá-la e entender que a espécie é nosso “nós”. 
Obrigado."  
Jose Pepe Mujica el Presidente de La Republica Oriental Del Uruguay




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segunda-feira, 4 de março de 2013

Senso Sistêmico: Fritjof Capra e Leonardo Da Vinci, arte, ciência e tecnologia, syn!

Impossível deixar de registrar e compartilhar essa notícia.
Primeiro porque ambos _ Capra e Da Vinci _ representam a inteligência humana e todas as suas vertentes de observar, analisar, pesquisar e realizar aquilo que acreditam vai nos tornar, todos, melhores seres.

Segundo porque a análise que Fritjof Capra faz de Leonardo Da Vinci considera-o um Ser Sistêmico.... e isso é genial!!!

Terceiro porque sou fã dos dois, syn!
Eis a notícia, para seu deleite...


"Fritjof Capra lança análise da obra de Leonardo Da Vinci" 
Físico fala do maior gênio do Renascimento italiano, que tem dois livros lançados sobre sua obra como anatomista e engenheiro
ANTONIO GONÇALVES FILHO - O Estado de S.Paulo

O físico vienense Fritjof Capra, conhecido pelo best seller Ponto de Mutação, admite que não poderia ter avaliado os trabalhos científicos do gênio renascentista Leonardo da Vinci (1452- 1519) sem a ajuda de colegas especializados em outras disciplinas. 
Ele faz a revelação logo no começo de seu livro A Alma de Leonardo da Vinci, que a editora Cultrix colocou no mercado quase que simultaneamente ao lançamento de Os Cadernos Anatômicos de Leonardo da Vinci, coedição luxuosa da Ateliê Editorial e a Editora Unicamp que reproduz 215 gravuras anatômicas do pintor.
Capra fala também desses desenhos em seu livro. 
É possível, portanto, entender a razão de ter recorrido a colegas para empreender uma análise do pensamento científico de Da Vinci, definido por ele, em entrevista exclusiva ao Estado, como
a "síntese perfeita entre arte, ciência e tecnologia".

Reprodução

Da Vinci (1452- 1519) foi um 'pensador sistêmico', diz Capra.
A herança cultural deixada por Da Vinci é especialmente valiosa para nosso tempo, diz Capra, por ter sido o pintor um pesquisador sistêmico, "um observador da natureza que não teve influência direta sobre os cientistas que vieram logo depois dele - por não ter publicado suas descobertas -, mas que é fundamental para o século 21, quando problemas globais tendem a ser analisados segundo uma perspectiva interdisciplinar".
A essência de sua "alma", segundo Capra, é justamente "a conjunção de sua curiosidade intelectual com engenho experimental".
E coragem, faltou acrescentar. 

O livro Os Cadernos Anatômicos de Leonardo da Vinci, por exemplo, traz 1.200 desenhos que não seriam possíveis sem que desafiasse a bula papal, partindo para a dissecção de cadáveres, punida em sua época com a excomunhão.
Se Da Vinci vivesse hoje, arrisca Capra, ele seria um cientista holístico, lutando pela sustentabilidade.
"É difícil afirmar categoricamente que Leonardo teria seguido esse caminho quando se trata de um gênio de personalidade complexa, mas tudo indica que sim." 
Só um artista que definiu a pintura como fruto da observação da natureza e estudou a correlação dos padrões botânicos e animais, de acordo com Capra, podia dizer que "entender um fenômeno é associá-lo a outros fenômenos"
Séculos antes das especulações futuristas do filme Matrix, Da Vinci já levava em conta a similaridade de padrões nos mundos animal e vegetal.

Curiosamente, para um homem tão sábio, segundo Capra, não se encontra nos cadernos de anotações de Da Vinci uma só linha sobre suas emoções.
Ele analisou esses caóticos cadernos de notas, seguindo o método empírico do artista - basicamente apoiado na observação dos fenômenos naturais -, mas não descobriu em nenhuma das 6 mil páginas, dispersas entre bibliotecas e museus, uma mísera referência à vida privada de Da Vinci.

"Há só uma nota em que ele registra a morte do pai, ainda assim de passagem."

http://kdfrases.com/frase/125236
Os estudos sistêmicos de Da Vinci são fundamentalmente diferentes da ciência mecanicista de Galileu (1564-1642) e Newton (1643-1727)

Nem tudo se explica pelas leis da mecânica.
Essas são ideias do século 17 que Leonardo não aprovaria se tivesse nascido nele.
Capra apresenta a ciência das formas orgânicas de Da Vinci como "radicalmente diversa" de seus seguidores.
"Como cientista, ele coloca a vida no centro de tudo, mostrando que os fenômenos naturais são interdependentes e interligados." 
Esta, observa Capra, é com certeza uma boa lição para a ciência atual.
"Ele foi o primeiro anatomista moderno, um ecofilósofo e ecocientista que não viu o corpo humano apenas como uma máquina."

Link da notícia: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,fritjof-capra-lanca-analise-da-obra-de-leonardo-da-vinci,1004102,0.htm
http://synerhgon.com.br/redessociais.htm
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